Em fila...
Meio dia e meia.Hora de pegar a senha, "shut up and drive" do Deftones se propõe aos meus ouvidos.Todos os rostos que olho estão cansados.Menos as duas crianças vestidas em uniforme escolar,devem achar tudo aquilo divertido.Um playground de gente,onde se pode gritar,chutar e esbarrar.Mais dois pontinhos no volume o a estridência de suas vozes é reduzida a um chiado por entre os acordes.Melhor compra de minha vida mental esse Walkman.
O guichê abre junto com "beau mot plage" de Isolée,e a sincronia exata do minimal que ouço rivaliza com a corrida daquela gente entediada e réfem em direção da frente,seja essa frente de lado,pisando no meu pé ou aos empurrões.O importante é marcar de alguma forma a idéia de ser atendido mais rápido do que o próximo coitado que precisou usar dos serviços do sistema.Um momento antológico de cidadania e fraternidade,como a saída de um derby hípico.
Temos os idosos e as grávidas na liderança,seguidos dos faladores (maravilhosamente mudos para mim) e de seus acompanhantes caronistas de documentos.Amizades se reacendem,fofocas são contadas e falsas gentilezas são as moedas de troca de quem precisa se alocar dentro das folhas xerocadas.
"Ashes to ahes" de Bowie é a senha certa para que eu me sinta um "Major Tom",um astronauta sonoro preso nm planeta hostil habitado por seres incompreensíveis,que tem faces famintas e dentes pontiagudos.Minha sorte é que estes parecem se alimentar de tempo,porque é esse o tema recorrente de minhas leituras labiais.Nunca há tempo o suficiente nesse planeta,todos temos algo mais útil à fazer.Me confirma Chico e seu "Pedro pedreiro",mas o trem chega,tem de chegar.
É minha vez,digo boa tarde e a senhora atendente parece surpresa com meu contentamento e doçura.Sou atendido e deixo meus companheiros de cela com "In tha Hood" do Wu tang clan,gangsta rap,filas e caras de fome são relacionados em alguma forma de análise.Ou eu simplesmente já alucinei depois de três horas.O que será que sobrou do almoço?
O guichê abre junto com "beau mot plage" de Isolée,e a sincronia exata do minimal que ouço rivaliza com a corrida daquela gente entediada e réfem em direção da frente,seja essa frente de lado,pisando no meu pé ou aos empurrões.O importante é marcar de alguma forma a idéia de ser atendido mais rápido do que o próximo coitado que precisou usar dos serviços do sistema.Um momento antológico de cidadania e fraternidade,como a saída de um derby hípico.
Temos os idosos e as grávidas na liderança,seguidos dos faladores (maravilhosamente mudos para mim) e de seus acompanhantes caronistas de documentos.Amizades se reacendem,fofocas são contadas e falsas gentilezas são as moedas de troca de quem precisa se alocar dentro das folhas xerocadas.
"Ashes to ahes" de Bowie é a senha certa para que eu me sinta um "Major Tom",um astronauta sonoro preso nm planeta hostil habitado por seres incompreensíveis,que tem faces famintas e dentes pontiagudos.Minha sorte é que estes parecem se alimentar de tempo,porque é esse o tema recorrente de minhas leituras labiais.Nunca há tempo o suficiente nesse planeta,todos temos algo mais útil à fazer.Me confirma Chico e seu "Pedro pedreiro",mas o trem chega,tem de chegar.
É minha vez,digo boa tarde e a senhora atendente parece surpresa com meu contentamento e doçura.Sou atendido e deixo meus companheiros de cela com "In tha Hood" do Wu tang clan,gangsta rap,filas e caras de fome são relacionados em alguma forma de análise.Ou eu simplesmente já alucinei depois de três horas.O que será que sobrou do almoço?